01/03/2010

Terremoto no Chile

A Márcia conta abaixo como vivemos o terremoto. Tivemos sorte, foi mais um susto que qualquer outra coisa.

Há diversas iniciativas de como ajudar o Chile - ajuda desde fora e como os chilenos estão se ajudando: por exemplo um mapa interativo de como estão as estradas no Chile. Aqui uma página com vários links.

Queridos amigos,
Muito obrigada pela preocupação e mensagens de todos. Agora, segunda-feira, voltou a eletricidade e finalmente temos acesso à Internet. O Lucas tinha conseguido acessar a Internet pelo i-phone, mas a conexão caía o tempo todo.
Foi assim: 3:40 da manhã, mais ou menos, do sábado, começou a tremer. A gente já tinha passado por mil desses tremorezinhos, e como sempre fazemos, fomos pro quarto dos meninos só até confirmar que era só tremorzinho. Mas não era.

Nos olhamos e em segundos tinhamos cada um um menino no colo, sentados debaixo da porta. Sabemos que hoje essa não é a técnica mais recomendada. Agora o que recomendam é se agachar perto de um móvel grande e sólido, mas como não tinha nenhum, recorremos ao velho truque da porta. O importante é que não estávamos na frente de nenhuma estante com livros, nem quadros com vidro, nem nada perigoso.

Enquanto durou o terremoto, os meninos ainda estavam meio dormindo (Felipe perguntou "por que a terra está tremendo", e só), eu me consolava com a idéia de que não podia durar muito e de que o Lucas estava conosco (ia viajar para o México dali a algumas horas), e pensava que precisamos deixar os capacetes de ski à mão para estas situações.

Quando parou, colocamos os meninos na nossa cama, eles voltaram a dormir, e o Lucas foi inspecionar a casa, fechar o gás, etc. Não aconteceu quase nada. Os quadros não caíram, os livros ficaram nas estantes, a louça dentro dos armários da cozinha. Só não tinha luz. Não tínhamos idéia do estrago no resto da cidade e do país. Voltamos pra cama e dormimos.

Só de manhã começamos a ter noção do tamanho do estrago, por um telefonema da Globonews e depois pelo rádio do carro. Aos poucos, com o sinal do celular intermitente e pouca bateria, telefonamos para os pais, que nos deram mais notícias sobre a situação do que nós a eles, e conseguimos contato com alguns dos nossos amigos daqui, que estão todos bem.

Passamos o sábado em casa. No domingo Lucas saiu para comprar algumas coisas, e para carregar as coisas eletrônicas na casa de um amigo que tinha eletricidade, e à tarde vieram para cá alguns amigos com os filhos. As crianças tem o dom maravilhoso de se divertir em qualquer circunstância. E para nós adultos foi muito bom estar em companhia. E agora estamos nos organizando para voltar à normalidade. As crianças voltam para a escola na quarta, nós para o trabalho na quinta. Vamos trabalhar em casa até lá, esperando que a Internet não falhe.
Resumindo, para nós foi um grande susto. Como sempre nessas horas, os que mais sofrem são as pessoas mais pobres que já viviam em situações precárias. Vamos ver como podemos ajudar.
Um grande abraço para todos vocês e muito obrigada de novo por se preocuparem.
Márcia, Lucas, Felipe e Carlos.

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