26/04/2006

Um ano, 20 dias

Este foi o tempo que demorei para reencontrar o blog no cyberespaço. Nunca esqueci que ele estava lá, aqui, por aí, armazenado não sei exatamente onde nem como. Mas confesso que muitas vezes a existência do blog ficou guardada numa gaveta raramente aberta da minha cabeça.
Reencontrei o blog quase por acaso. Quase 13 meses depois da última entrada, algumas coisas mudaram na minha vida. Antes, não trabalhava. Agora, trabalho. Quer dizer, às vezes trabalho já que sou correspondente da Globonews em Santiago. Se fosse correspondente no Oriente Médio ou nos EUA certamente trabalharia mais. Mas o Chile é um país que dá certo demais para competir com bombas, atentados, manifestações etc. que dominam o cenário mundial (sem falar nas cpi's e denúncias e corrupções e...e...e... que dominam o Brasil. Além disso, agora estudo. Mestrado na Flacso em Políticas Públicas e Governo. Esta, alías foi a razão para o reencontro: estou participando de outro blog como parte de uma classe.
Também estamos num apartamento novo.
Como disse, muita coisa mudou. Mas o que é importante continua igual na essência: a família. Motivo para viver e sorrir. Um sorriso que às vezes não sai, assim como o choro dos meninos que, quando vem do fundo do coração, é silencioso por alguns segundos. Um silêncio que dói no coração, porque eles ainda choram sem saber bem o que está acontecendo e o que eles podem fazer. Como agora, que um filho está com febre. Uma infecção que deve passar logo. Mas enquanto não passa, significa febre, dor no corpo, fraqueza, tosse e um choro de quem não entende porque está sofrendo. O que fazer? Segurá-lo nos braços e dizer que o amo. Sem se esquecer do outro filho, que também quer, precisa e merece atenção. E já fala tanto. Dezenas de palavras, em duas línguas, e algumas frases.
E eles estão no jardim. E estão crescendo. Cada vez menos guaguas mas ao mesmo tempo tão indefesos. São duas vidas pela frente que não posso construir nem proteger sempre, mas espero ter sabedoria suficiente para poder ensiná-los, guiá-los, sem sufocá-los, sem mandar. Entre minha mulher e eu, estamos bem. Graças a ela. Incrivél a força que tem. Basta dizer que sem ela estaríamos perdidos.