06/04/2005

4h49

Daqui a pouco o sol começará a aparecer por detrás dos Andes. Da pré-cordilheira, alguns chamam aqui.Mas hoje acho que não verei o nascer do sol - a não ser que tenha companhia.

Já são 4h51.

Mas para o daqui a pouco ainda falta muito. Pouco mais de uma hora, creio eu.

E eu? Vou dormir antes ou depois do nascer do sol? Tenho me (re)acostumado a virar noites. Por motivos mais nobres, dessa vez. Na teoria.

Na prática, é uma mistura de várias coisas, preguiça de acordar e sair da cama quantas vezes for preciso, prazer em ficar acordado a noite toda escrevendo besteira, navegando, lendo - se bem que isso eu tenho feito pouco. Mas isso será corrigido logo. E com literatura. Talvez Machado de Assis. Talvez algo sobre a ditadura.

Ainda funciono na madrugada. É bom saber. Me lembra velhos tempos.

5h04. Ninguém me chamou. Vou deitar um pouco. Tremer debaixo das cobertas por alguns minutos...ou segundos.

01/04/2005

Poucas coisas

Poucas coisas frustram e entristecem tanto quanto um bebê chorando. Algo o incomoda. E ele chora porque esta é a forma que ele tem para se comunicar. Se não descobrimos o porquê, o choro aumenta. E junto aumenta o sentimento de impotência. Pior quando o choro é acompanhado por aquele olhar de mágoa. O coração aperta.

Poucas coisas transmitem um sentimento de paz como ter um bebê dormindo no colo, com uma expressão relaxada na face, às vezes um ou dois sorrisos enquanto ele sonha. Relaxamento total. A única preocupação dele é se aconchegar mais e melhor.

Poucas coisas representam tão bem a alegria pura como o sorriso de um bebê. Despreocupado, leve, com a mente vazia de problemas ou tristezas. Mesmo aquelas que aconteceram a poucos segundos. Do choro ao riso tão rápido. E o riso contagia.

Poucas coisas são tão gostosas de se ouvir quanto a gargalhada de um bebê. Pode ser uma sombra na parede, um cheiro no pescoço, uma voz engraçada...algo acontece e o sorriso se transforma em riso e gargalhada. É contagiante.

Poucas coisas são tão maravilhosas quanto um bebê que sorri, que gargalha, que chora, que vai descobrindo, a cada minuto, uma coisa nova, que olha atento, que olha curioso.

Poucas coisas.